sábado, 25 de agosto de 2012

LEVANDO A PALAVRA DE DEUS (PARTE 2)


Uma das maneiras pelas quais é possível que alguém se revele, é falando. De fato, sem falar é muito difícil comunicar alguma coisa para alguém.  Nossas palavras são o centro de nossa auto expressão. Sem elas, nossa habilidade de nos expressarmos é extremamente truncada. Um artista pode se expressar através de suas criações, mas isto também é uma expressão limitada de tudo aquilo que está em seu coração. É através de nossas palavras que revelamos nossos planos e propósitos e também os pensamentos mais profundos de nosso coração. Do mesmo modo, Deus fala e se expressa com palavras. Já que suas palavras são a revelação Dele, elas também são Seu Filho. É muito óbvio que Jesus Cristo é a “palavra de Deus” (o verbo- João 1:1). Ele é o sumário de todo o discurso de Deus ao homem e também ao Universo como um todo.
Hebreus 1:2 nos ensina que foi através do Filho que Deus criou o Universo. Mas como Deus executou esta criação? Ele falou. Ele revelou-se na fala, trazendo à existência tudo o que Ele desejava. Como vimos, a revelação de Si mesmo é Seu Filho. O Filho é também “Aquele” que mantém unida toda a criação hoje. Lemos em Col 1:17 que é Nele em que “todas as coisas subsistem”. Heb 1:3 diz que “Deus sustentou todas as coisas pela palavra do Seu poder”. Colocando estes dois versículos juntos, vemos que o Filho de Deus é, na verdade, “a palavra do Seu poder”.
Talvez isto resolva para vocês, eruditos da Bíblia, um dilema que os tem intrigado por anos. A Bíblia assegura que Jesus foi “o primogênito de toda a criação”. Embora algumas traduções tenham tentado nos “ajudar” a compreender colocando isto como “o primogênito sobre toda a criação”, sem muita imaginação esta tradução não tem muito sentido na língua portuguesa. O problema para os sábios é que a Palavra de Deus também indica que esta “Palavra” que é o Filho, sempre existiu. Ele estava claramente “no princípio, com Deus” (João 1:1). Portanto, como é possível que tenha “nascido” em um determinado período de tempo e que naquele “nascimento” o Pai tenha dito:  “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”? (Heb 1:5) Se Ele realmente estava “no princípio com Deus”, como é que Ele pode ter “nascido”?
A Palavra de Deus, a expressão Dele mesmo, esteve sempre com Ele. No “passado eterno”, antes que tudo fosse criado, esta Palavra – Seu Filho – estava “no seio do Pai” (João 1:18). Por exemplo, esta mensagem que estou escrevendo, tem estado em meu coração durante anos. Não é algo que esteja vindo a mim conforme escrevo, mas tem esperado dentro de mim até que eu, finalmente, me sentasse e começasse a escrever. Assim também, a Palavra de Deus esteve sempre com Ele “desde o princípio”.
Veja, houve um “tempo”, antes do tempo, quando Deus nunca havia falado. Nunca havia se revelado de nenhum modo. Mas Ele decidiu em Seu coração, começar uma criação maravilhosa e, usando esta criação como base, colocou em movimento o plano de assegurar uma noiva. Para fazer esta criação, Deus falou “pela primeira vez”. Ele “falou” e “tudo se fez” ( Salmo 33:9). Foi assim que o Universo foi criado, através de Sua Palavra (Heb 11:3). Quando Ele falou, a Palavra que sempre estivera dentro Dele, saiu Dele – “nasceu”, por assim dizer. E Deus disse assim sobre esta Palavra que veio para fora: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. Lembrando que Jesus também é “a sabedoria de Deus” (1ª Cor 1:24), tome um tempo para rever Provérbios 8:22-31, que dá uma amostra bem clara desta verdade.
Possivelmente, isto “explicará” também para aqueles que se espantam com isso, como Jesus podia dizer: “Meu Pai é maior do que eu” (João 14:28). Já que nós sabemos que Jesus é Deus (1a. João 5:20) e que o Pai é Deus, como um pode ser maior do que o outro? A revelação do Filho como imagem do Pai pode nos ajudar aqui. Por exemplo, seja o que for que eu fale ou faça, isto é uma expressão de mim mesmo. É certamente “eu” de um modo bem real. Entretanto, eu sou e sempre serei “maior” que a minha expressão. A totalidade daquilo que sou, talvez nunca seja completamente expressa. Assim, embora eu me revele de muitas maneiras e esta revelação seja exatamente quem sou, eu sempre serei “maior” do que qualquer imagem de mim que seja revelada. Deste modo, o Filho podia dizer “o Pai é maior do que eu” e, ainda assim, ser completa e totalmente Deus. 

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