sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Entrega



A palavra entrega significa ''dar-se por vencido". Para isso, abandonamos o quê? A nós mesmos! Desistimos da idéia de que podemos fazer alguma coisa para melhorar nossa condição – podemos apenas ir a Cristo tais quais somos. E Cristo almeja que vamos a Ele justamente como somos. De fato, este é o único meio pelo qual podemos ir a Ele. Através de nossos próprios esforços, jamais nos tornaremos pessoas melhores. Devemos ir ter com Ele Justamente como somos.
O desvio que muita gente toma aqui é procurar abandonar coisas em vez do eu. Procuramos deixar o fumo, a bebida alcoólica, o jogo. Pensamos que a vida cristã se baseia em quantas coisas alguém pode abandonar. Se a entrega significa desistir da idéia de que nada podemos fazer separados de Cristo, então para os fortes o abandono de coisas pode tornar-se um desvio para o abandono do próprio eu.
Conta-se a história de um homem que tinha um carro cuja buzina não funcionava. Levou-o então à oficina para o devido reparo. Chovia, e quando ele se aproximou da entrada da oficina, viu que a porta estava fechada, com o seguinte anúncio: "Para ser atendido, buzine." Muitas vezes nos encontramos em semelhante dilema ao procurar entregar-nos a Cristo. Importante verdade acerca da entrega total é que não se trata de algo que nós podemos fazer! Isto pode representar uma brecha importante para a pessoa que está procurando em vão entregar-se. Esse termo significa "dar-se por vencido". E se, para irmos a Cristo, é necessário que esgotemos nossos próprios recursos, então essa incapacidade teria de incluir, também, a de nos rendermos a Ele! Se me fosse possível render-me por mim mesmo, eu não teria de abandonar meu próprio eu – haveria ainda algo que eu poderia fazer.
Mas a entrega não é algo que fazemos, embora o façamos! Que quer dizer isso? Que somente Deus pode levar-nos a render-nos a Ele. Não podemos fazê-lo mesmo no devido tempo. Ninguém pode esvaziar-se do próprio eu. Somente Cristo pode realizar essa obra. Cabe-nos apenas consentir, e ao prosseguirmos nesse estudo, veremos melhor como podemos consentir.
Se você deseja suicidar-se, há muitas maneiras de fazê-lo. Pode apanhar uma arma e dispará-la na cabeça. Pode lançar-se de um edifício ou de uma ponte. Pode tomar uma dose exorbitante de uma droga letal. Há, porém, um meio pelo qual você nunca poderá matar-se. Você não pode crucificar a si mesmo. Não é possível. Se você tem de ser crucificado, outra pessoa deverá fazê-lo para você.

Nas Escrituras a cruz é usada como símbolo de rendição, morte para o eu. Jesus referiu-Se a nossa cruz, convidando-nos a tomá-la e segui-Lo (S. Mat. 16:24). Ele usa a cruz, a crucifixão, como símbolo para ensinar-nos que não podemos entregar-nos por nós mesmos; devemos permitir que Deus realize a obra por nós. E Ele está desejoso e é capaz de levar-nos a uma entrega total se tão-somente permitirmos que o faça. 

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